Saturday, April 16, 2005

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VIAGENS NA MINHA TERRA

Almeida dos (CI)Garrettes

Estórias de Encantar sobre Paço de Arcos
(Continuação)
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História nº 4

A Campanha do Seixal

Parte II


Mal viram o capitão Pierre Pomme-de-Terre com o cartão levantado a dizer "Paço D'Arcos" e uma insígnia da Quitéria Barbuda, o Comuna-Chefe entregou a sede, que foi de imediato queimada, fazendo lembrar os bons velhos tempos de 75. Todos comemoraram a desinfestação, frades, pobres, trabalhadores, operários, fidalgos e camponesas. Agradeciam por os terem libertado de tão "vil e porca gente, que nem as criancinhas respeitam, porque as comem ao pequeno-almoço". (in "Receitas com Miúdos" - Edições Renovadores).O Capitão juntou-se ao Tenente Proveta e todos marcharam sobre o Comité Central, um antro de hereges escabrosos com donzelas peludas. A notícia do desembarque provocou o pânico na festa do "Avante". Nas primeiras horas da manhã os camaradas abandonaram o palco com os seus haveres, levando nas carroças, puxadas por trabalhadores, as suas fortunas. Dirigiram-se para o Barreiro e o Montijo.
"Vi, com estes olhos sagrados, levarem um velho vermelho chamado Barreirinhas, dentro de uma carroça carregada de estrume. Taparam-no com tanta bosta, que muita dela entrou-lhe pelos ouvidos e instalou-se dentro da cabeça" (in, "As Guerras Justas" - Edições Patrão Lopes)
Defronte de um pequeno castelo, um vermelhuco tinto, tentou resistir às forças do Comandante Guélas. Chamava-se Chico Esperto Loiças, e proclamava-se o único a poder falar de bosta de boi, pois já tinha provado muitas. Acabou por ser degolado na Ribeira, como era lógico. A etapa mais delicada da missão aproximava-se das Tropas Expedicionárias do Comandante Guélas: a desinfestação do "Curral dos Camaradas", um antro de xungosos e camponesas de bigode, lideradas pela mais fanhosa das fanhosas, a Katrina Eumacho, uma fêmea que amealhava quotas para o partido no Cais do Sodrá e em Monsanto, junto à Marreca. Albergava nessa altura entre as "canetas", o célebre Canhão do Diu, o marsápio do operário mais avantajado do Seixal. Na manhã de 1 de Junho o Exército Vermelho recolheu-se dentro da "Cooperativa de Reabilitação de Operários" e entulhou as portas com o lixo da sua campanha. Depois de um breve reconhecimento, as tropas Paço Arquianas comandadas pelo valorouso Bajoulo, entrincheiraram-se entre os Moinhos de Vento e a lija das 300 coroas, dominando todo o espaço e beneficiando de bons alojamentos no Bar 25.
"O Regresso foi feito ao sabor da maré, tendo os cruzados do Comandante Guélas sido recebidos pela populaça e alojados, como prémio, na famosa Pensão Moreira" (in, Roteiros do Sexo, Edições Capitão Porão)



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História nº 5

O "Caso Del Gado"

O roubo de gado foi um problema muito grave na pacata aldeia da Terrugem, em meados do século passado. Ainda sou do tempo em que roubaram a Quitéria e a devolveram uns dias depois com um enorme buço e sem as teias de aranha. O Craveiro Lopes não gostou da brincadeira e deu-lhe uma coça das antigas, que a deixou com um "olho à Belenenses". Soube-se mais tarde que tinha sido um engano, a Quitéria fora levada no meio do rebanho pelo pastor Ánhuca, que a confundira com a "Bigodaça", a ovelha com o melhor rabo da região PaçoArquiana. Mas o caso mais dramático, que envolveu todas as forças policiais da zona norte, foi o desaparecimento do Boi, que se dizia Cobridor, mas afinal era só de língua, o Del Gado. Na manada comportava-se como um verdadeiro General.O Del Gado era um Boi curioso e atento aos detalhes, abordando os assuntos de forma muito discreta. Era um Cobridor de Língua muito seguro, nunca se engasgava. Os companheiros chamavam-lhe o "Garganta Curta".
Na noite de 13 para 14 de Fevereiro de 1965 algo se passou na Quinta dos Fideles. Os populares só se lembram dum barulho muito grande, "semelhante a um peido do Graise dado no Algarve na casa do Conan, no quarto ao lado do das primas, em que ele acusou o Mac Macléu Ferreira, apresentado no dia seguinre às primas, durante o pequeno-almoço", seguido dum enorme clarão "parecido com o que queimou os cu-elhos do Pilas, na casa da Guetrudes no Algarve, quando ele resolveu aproximar uma chama dum BIC, e peidar-se para cima dele" - contou-nos o popular Grilo.
No dia seguinte deram por falta do Del Gado e da cabrita Arajá Rir. Rapto? Fuga? O assunto era grave, o Manelinho do Estrume estava foribundo. Tinham-lhe levado a Arajá Rir, a cabrita que lhe dera mais prazeres na vida. A população fez uma batida ao Ánhuca e descobriu-o colado com a cadela do Milhas, a "Laica". Só a pronta intervenção do Investigador do S.I.R. (Serviços de Informação da RIAPA) Joaquim Caça-Ratas, é que salvou o pastor dum linchamento.- E o Del Gado e a Arajá Rir? - Perguntava indignado o povo.- Foram vistos a caminho da Ar- Gélia - respondeu a Sesaltina, filha do Manuel Motorista.Fugiram para Ar-Gélia, a quinta do visconde Todo Boneco, aquele que nas cenas de ósculo no Cine-Teatro de Paço de Arcos gritava sempre,"espera aí que já cospes".
Mas havia outra ausência. O Pateta Alegre não tinha aparecido na pocilga para o jantar, mas ninguém referia o assunto.- Nesta quinta o porco não tem classe, ideologia ou raça. É transversal, sai e entra quando quer - explicou o João da Quinta, coçando a cabeça e tirando a palha da boca.- Este tipo não bate bem da tola - riu-se o inspector Joaquim Caça-Ratas.- Deixa-o falar - pediu o colega Mac Macléu Ferreira.- O Pateta Alegre é o emblema desta quinta - continuou o Sr. João. - Ele é o emblema da cretinização generalizada, do cinismo sem escrúpulos, da miséria política e do pensamento. Ele representa a censura genética, na sua república só se admitem porcos: o Só-Ares da Quinta dos Patos Bravos, o Akaide Santos, da Quinta dos Intrujões, etc. E o Pateta Alegre é um Senhor Porco!

Bigornas

Este artigo teve a aprovação do Exmo. Comandante Guélas

Viva o Comandante Guélas

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