Olivença
VISTA POR UM BLOQUISTA DE NOME CARLOS LUNA
Parte II
DIREITA OU ESQUERDA ?
Antes de se passar, porque é necessária, a uma História da "Questão de Olivença", há, talvez, que responder desde já a uma angústia que pode assaltar neste momento um militante/activista de Esquerda: afinal, a polémica em torno de Olivença é alimentada por Democratas ou Salazaristas? A resposta nem é difícil: pelos dois... e por nenhum.
Em 1910, os revolucionários republicanos viram-se confrontados com o problema. Diplomatas espanhóis insinuaram que a aceitação da Soberania Espanhola sobre Olivença poderia facilitar o Reconhecimento do Novo Regime, o qual não se prestou a tal capitulação.
Em 1919, em Versalhes, a delegação portuguesa, dirigida por Afonso Costa, tentou que, no Tratado de paz que concluíu a Primeira Guerra Mundial, se incluísse uma cláusula a obrigar a Espanha (que nem beligerante fôra) a devolver Olivença a Portugal, o que se gorou. Entretanto, o estado Português acenava com a alternativa de um referendo na Região disputada... a que o Estado Espanhol não se dignava responder.
Nas décadas de 1920 e 1930, tanto pensadores (e políticos) democráticos como conservadores protestaram contra a situação de Olivença, nomeadamente oliventinos refugiados, com destaque para o Intelectual Ventura Ledesma Abrantes, o fundador do Grupo de Amigos de Olivença.
Ora, este grupo NÃO ERA SALAZARISTA. Pela sua Direcção passaram, de facto, algumas pessoas afectas ao Regime (que diligenciavam para que a sua actividade fosse reduzida ao mínimo...), mas também oposicionista! O presidente do Grupo em 1974 era, nem mais menos, que o PROFESSOR HERNÂNI CIDADE !!!
O Grupo de Amigos de Olivença encontrava sempre uma barreira intransponível: desde a vitória de franco em Espanha, Salazar negava-se a pressionar o Estado Espanhol, exercendo mesmo repressão sobre os que se atreviam a ser demasiado veementes em relação à Questão de Olivença.
A Associação protestava, indignada, contra a colonização e a repressão exercidas em Olivença, mas o Estado Novo nunca lhe deu ouvidos, mesmo porque a sua Política Colonialista em África não lhe permitia ser... anti-colonialista em Olivença!
É curioso ver, nos relatórios da Polícia Espanhola da década de 1950, classificando como "mação, judeo-maçónico, de inspiração inglesa (Questão de Gibraltar), oposicionista", o Grupo de Amigos de Olivença. Diz-se mesmo que por trás da reivindicação da Cidade andam elementos próximos do... Partido Comunista!!!
Afinal, onde está a tradição Salazarista na História do Grupo?
Em 1974/75, os Serviços de Informação espanhóis começam a deixar de chamar "mações" aos Amigos de Olivença, e, num volte-face surpreendente, começam a classificá-los como... saudosistas, velhos salazaristas, conservadores! E, porque era uma intenção política e um preconceito que estava por de trás de tais afirmações, houve mesmo um Historiador Comunista Oliventino que, quiçá entusiasmado, citou vários antigos salazaristas do Grupo, mesmo quando o não eram, não hesitando, por manifesta ignorância, por neles incluir... o Professor Hernâni Cidade!!!
Em Portugal, as Movimentações Anti-colonialistas acabaram por cair numa armadilha, talvez ajudadas por insinuações espanholas: em vez de levarem o seu colonialismo até ao fim, coerentemente, passaram a considerar a Questão de Olivença como derivada do Imperialismo/Colonialismo Salazarista, INVERTENDO A REALIDADE HISTÓRICA E POLÍTICA, já que, como veremos, se estava perante um caso em que uma "parcela" genuinamente (e legalmente) portuguesa fôra (e continuava a ser) VÍTIMA DE COLONIALISMO!
Entretanto, na Direcção do Grupo de Amigos de Olivença, passavam a predominar elementos conservadores... ainda que nem sempre Salazaristas. De qualquer forma, o problema, como veremos, não reside aí, mas em saber se, de facto, EXISTE ALGUMA RAZÃO PARA A "QUESTÃO DE OLIVENÇA" SE MANTER, APESAR DE TUDO, COMO ALGO CONCRETO PARA O ESTADO PORTUGUÊS, AINDA QUE POUCO CONHECIDO!!!
È isso que vamos tentar analisar!!!
(continua)
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OLIVENÇA COLONIZADA (1801? - 1936)
Brigada Bigornas conquista Olivença
Este artigo teve a aprovação do exmo. Comandante Guélas
Viva o Comandante Guélas
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