Thursday, March 30, 2006

CHULOS!

Nem tudo vai mal nesta nossa República (pelo menos para alguns) !
Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (deles!) a um subsídio que dizem de reintegração (coitados, tem de voltar para esta selva que é a luta pelo pão de cada dia nos seus antigos lugares de administração ou de profissionais liberais tão mal pagos, como sabemos) :
- um mês de salário (3.449 Euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 Euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 Euros). Feitas as contas os deputados que saíram custaram ao Erário Público mais de 2.500.000 Euros!
No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos!) Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.

Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos ......................... 4.400 Euros;
Medeiros Ferreira ......................... 2.800 Euros;
Manuela Aguiar ......................... 2.800 Euros;
Pedro Roseta ......................... 2.800 Euros;
Helena Roseta ......................... 2.800 Euros;
Narana Coissoró ......................... 2.800 Euros;
Álvaro Barreto ......................... 3.500 Euros;
Vieira de Castro ......................... 2.800 Euros;
Leonor Beleza ......................... 2.200 Euros;
Isabel Castro ......................... 2.200 Euros;
José Leitão ......................... 2.400 Euros;
Artur Penedos ......................... 1.800 Euros;
Bagão Félix ......................... 1.800 Euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:
Luís Filipe Pereira ......................... 26.890 Euros - 9 anos de serviço;
Sónia Fortuzinhos ......................... 62.000 Euros - 9 anos e meio de serviço;
Maria Santos ......................... 62.000 Euros - 9 anos de serviço;
Paulo Pedroso ......................... 48.000 Euros - 7 anos e meio de serviço;
David Justino ......................... 38.000 Euros - 5 anos e meio de serviço;
Ana Benavente ......................... 62.000 Euros - 9 anos de serviço;
Mª Carmo Romão ......................... 62.000 Euros - 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes ......................... 62.000 Euros - 9 anos e meio de serviço.
(Estes são os mais conhecidos)

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente na última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000 Euros cada!!!
É ESTA A CLASSE POLÍTICA QUE TEM A "LATA" DE PEDIR SACRIFÍCIOS AOS PORTUGUESES PARA DEBELAR A CRISE...
MAS... HÁ MAIS !!!
APESAR de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado! A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 Euros (608 contos), um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado - técnico superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» - apesar de as suas habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade.
A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio raro, num país que pondera elevar a idade de reforma para os 68 anos, para evitar a ruptura da Segurança Social.
O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro.
Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Triplicar o salário. Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de 4.000 Euros mensais (800 contos).Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril. O convite partiu do reeleito presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. O contrato, iniciado em Abril, vigora por um período de 18 meses.
A acumulação de vencimentos foi autorizada pelo Governo mas, nos termos do acordo, o salário de administrador é reduzido em 50% - para 2.000 Euros - a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
Não se ficam, no entanto, por aqui os contributos da fazenda pública para o bolo salarial do dirigente socialista reformado. A somar aos mais de 5.000 Euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 Euros de outra reforma, por ter sido ferido em combate (!?) em Moçambique já depois do 25 de Abril (???????? Algum turra que não ouvia rádio nem lia jornais???????), e cerca de 250 Euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando agora mais de 1.200 contos (6.000 Euros) limpos. Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.
Este artigo teve a aprovação do Comandante Guélas
Viva o Comandante Guélas

Sunday, March 26, 2006

REPRESSÃO EM CUBA.

‘O calor da Primavera’, de Raúl Rivero

«No autocarro que nos levava para a prisão, uma manhã de Abril de 2003, perguntei ao poeta e jornalista Ricardo González Alfonso qual havia sido para ele o momento mais duro durante o fulminante processo que nos condenou a passar 20 anos na prisão por escrever e dar opiniões no país em que nascemos. ‘A noite em que puseram na minha cela o rapaz que iam fuzilar no dia seguinte’, disse-me, e meteu a cabeça entre as mãos, muito juntas por obra e graça das algemas. Muito juntas, como se fosse começar a rezar. ‘O que é que lhe disseste, de que é que falaram essa noite?’Fiquei calado, não falamos de quase nada. Ele era um homem sem crenças religiosas e iam matá-lo ao amanhecer. O que é que lhe podia dizer? Creio que, quando o foram buscar e ele se levantou do beliche, senti que algo de mim ia com ele. É assim, a vida. O azar ou a ambição e a maldade de um ditador levam-te a lugares que não queres, em viagens reais ou sonhadas.Este sábado [18 de Março], eu, que sou só um homem livre devido à Espanha e por vontade de muitos homens livres no mundo, viajo às prisões onde 60 amigos meus, 25 deles jornalistas, estão há 36 meses fechados a cadeado apenas porque a sua maneira de ver o mundo (o seu mundo) não coincide com a do Governo que Cuba tem desde os anos 50 do século passado. Fazem hoje três anos que aconteceu ali a Primavera Negra e continuam obscuros e nocturnos os Verões e os leves Invernos, e o Outono, desapercebidos.Lá estão Ricardo González e Pedro Pablo Alvarez, no Combinado do Leste, de Havana, empenhados em escrever poemas atrás do ferro das grades pintadas com alcatrão. Lá estão Luís Milán e José Rámon Castillo, a rabiscar sonetos na prisão de Santiago de Cuba, e Normando Hernández e Horácio Piña, na de Pinar del Rio, doentes, amontoados, em perigo. No centro do país, próximo de Varadero, com os seus 22 quilómetros de espuma e água azul, Ariel Sigler Amaya, condenado a 25 anos, mas mais atormentado por a sua mãe, uma anciã octogenária, ter a casa cercada por turbas governamentais que a insultam [os chamados ‘actos de repúdio’, frequentes nos anos 80, agora de regresso]. Lá estou, com todos eles, hoje e até ao dia em que chegue a liberdade.»
Este artigo teve a aprovação do exmo. Comandante Guélas
Viva o Comandante Guélas

Wednesday, March 15, 2006

Olivença

No dia 20 de Maio de 1801, o exército espanhol, num acto de pura traição, toma o concelho de Olivença, usurpando 750 km2 do território de Portugal, incluindo uma das suas vilas mais importantes. A Vila de Olivença foi conquista pelos portugueses aos mouros, pela primeira vez em 1166. A sua posse definitiva foi reconhecida em 1297, no Tratado de Alcanises, quando foram fixadas as fronteiras entre Portugal e Castela. Durante mais de 600 Anos a sua população bateu-se contra a investidas de Castela e depois da Espanha (a partir de 1492) para preservar a sua identidade nacional Esta usurpação ocorre num momento particularmente dramático para Portugal, dado que vivia sob a ameaça de uma invasão pelo exercito francês. A Espanha aproveita-se desta fragilidade de Portugal, e declara-lhe guerra e num acto de traição, pela força das armas, usurpa um território que não lhe pertencia subjugando uma população indefesa. Em 1815, após inúmeras manobras negociais, a Espanha compromete-se a devolver aquilo que havia roubado a Portugal, mas acabou por nunca o fazer. Pelo contrário, iniciaram uma sistemática política de genocídio cultural de uma parte do povo português e de ocultação das marcas de um crime. Apropriaram-se de terras portuguesas Usurparam património português Procuram extinguir lentamente as famílias portuguesas Negaram a identidade cultural aos seus descendentes Ocultaram nomes e referências históricas de modo a esconderam a usurpação. Fizeram tudo isto, também com a conivência de alguns traidores portugueses. Não era a primeira vez que a Espanha fazia um genocídio cultural semelhante. Fê-lo quando obrigou à conversão forçada ao cristianismo de centenas de milhares de judeus e muçulmanos. Os que resistiram foram mortos ou fugiram espoliados dos seus bens. Andado pelas ruas da cidade e pelas antigas aldeias portuguesas, o que encontramos são pessoas que reclamam a propriedade de casas, igrejas, monumentos, ruas que foram erigidos por um outro povo com uma outra cultura, a quem carinhosamente tratam por "hermanos". Esvaziados da sua identidade cultural, a que hoje ostentam e se reclamam são as tradições e a fidelidade à cultura do invasor. Apenas na Ex-União Soviética e na China, no século XX, ocorreram casos semelhantes. É por tudo isto que o caso de Olivença é importante, nomeadamente para compreendermos a forma como se pode exterminar um povo. Olivença pode ser considerado o primeiro caso de genocídio cultural empreendido na História Contemporânea da Europa. Uma das suas novidades reside na forma quase silenciosa como o crime foi perpetrado e ainda hoje é ocultado, o que pode justificar a forma naturalizada como a questão é encarada. Nenhum remorso ou alusão aos milhares e milhares de homens, mulheres e crianças a quem lhes foi negado o direito a uma identidade, à história das suas raízes, sendo que a única que lhes concediam era a do invasor.
Este artigo teve a aprovação do Exmo. Comandante Guélas
Viva o Comandante Guélas

Monday, March 06, 2006

(Imagem rara do profeta)

Versos para o Profeta & Companhia


Meus senhores eu sou Maomilhas

que lava a cara, que lava os olhos

que lava a rata e os entrefolhos

que lava a nabiça e os agriões

que lava a piça e os colhões

que lava as damas e o que está vago

pois lava as mamas e por onde cago.


Meus senhores aqui está o Profeta

que rega a salsa e o rabanete dos mouros

que lava a língua a quem faz minete

que lava o chibo mesmo da rasca

tira o cheiro a bacalhau da lasca

que bebe o árabe que bebe o porco

que lava a dona e o berbigão


Meus senhores aqui está o Profeta

que lava os olhos e os grelinhos

que lava a cona e os paninhos

que lava o sangue das grandes lutas

que lava sérias e lava putas

apaga o lume e o borralho

e que lava as guelras ao caralho


Meus senhores aqui está o Profeta

que rega as rosas e os manjericos

que lava o bidé, lava penicos

tira mau cheiro das algibeiras

dá de beber às fressureiras

lava a tromba a qualquer mouro e

lava a boca depois de um broche.

QUAES CUNQUE FINDIT

Quitéria é Grande !
Este artigo teve a aprovação do Exmo. Comandante Guélas
Viva o Comandante Guélas